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Prof. Dra. Loris Graldi Rampazzo

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Universidade São Judas Tadeu

Andrés Inocente Martín Hernández 

Pós doutor na UNESP, Licenciatura em Educação. Curador, Crítico de Arte, Professor e Produtor em Arte Contemporânea

Prof. Dra. Loris Graldi Rampazzo

Universidade Estadual Paulista (UNESP) Universidade São Judas Tadeu

"Através do reaproveitamento de preservativos que não passam pelo controle de qualidade das indústrias, a artista levanta, por meio das artes visuais, uma das questões mais problemáticas da sociedade atual: a importância do uso do preservativo e o cuidado com a vida sexual. Ao investigar o tema da sexualidade sob o ponto de vista do sexo seguro, ela trabalha reelaborando preservativos feitos de látex, tingindo-os e manipulando-os de diferentes maneiras e formas. Na pesquisa do material, surge um processo de investigação e um desejo de registrar momentos da vida ou de uma época, visando o resultado de um percurso em que o fazer artístico com materiais inusitados possibilita o surgimento de novos conceitos. O olhar diferente e poético desta artista para um material que, de certa forma, é tratado com preconceito e, ao mesmo tempo, tão necessário na atualidade é encontrado com certa frequência nos pertences masculinos e femininos. Percebemos que seu aproveitamento promove uma reflexão. Nesta pesquisa, emerge toda a sensibilidade da artista em relação ao contexto social, sua preocupação em registrar, denunciar, sugerir e ajudar toda uma sociedade através da arte. Não seria suficiente dizer que o preservativo que vemos é um material de uso. O que está diante de nós é uma matéria transformada em um objeto sensual, cujo pulso energético é vivo como fogo. É dessa vitalidade de um corpo transitório que se constroem os trabalhos de Adriana Bertini. Ela rompe com tradições e tabus e oferece um lugar ao público. Eles são o coeficiente que resulta do movimento homogeneizador do objeto com o movimento diferenciador do trabalho realizado. Há um forte investimento expressivo nesses materiais, na medida em que cada peça tende a se eternizar. As obras de Adriana Bertini pertencem à sua circunstância. Elas mostram e registram um fato e, ao mesmo tempo, promovem uma ruptura entre a utilização de materiais e a questão social. Esta produção reflete e resume, em sua fatura e apresentação, a aptidão para dar forma a um plano, de sua espontaneidade e do amadurecimento do seu processo artístico, no qual sentimento, pensamento e linguagem, juntos, conduzem à criação..."

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"Through the repurposing of condoms that do not pass quality control by industries, the artist raises, through visual arts, one of the most problematic issues in today's society: the importance of using condoms and caring for sexual life. By investigating the theme of sexuality from the perspective of safe sex, she reworks latex condoms, dyeing them and manipulating them in various ways and forms. In researching the material, a process of investigation emerges, alongside a desire to record moments of life or a certain era, aiming for the result of a journey where artistic creation with unusual materials allows for the emergence of new concepts. This artist’s unique and poetic gaze on a material that is, in some ways, treated with prejudice, yet is so necessary today, can often be found in both male and female belongings. We perceive that its repurposing promotes reflection. In this research, all the artist's sensitivity to the social context emerges, along with her concern to record, denounce, suggest, and aid society through art. It would not be enough to say that the condom we see is merely a usable material. What lies before us is a substance transformed into a sensual object, whose energetic pulse is as alive as fire. It is from this vitality of a transient body that Adriana Bertini’s works are constructed. She breaks with traditions and taboos, offering a place to the public. They are the coefficient that results from the homogenizing movement of the object with the differentiating movement of the work produced. There is a strong expressive investment in these materials, as each piece tends to be eternalized. Adriana Bertini’s works belong to her circumstances. They showcase and record a fact while simultaneously promoting a rupture between the use of materials and social issues. This production reflects and summarizes, in its fabrication and presentation, the ability to shape a plan, its spontaneity, and the maturation of her artistic process, where feeling, thought, and language together lead to creation..."

Andrés Inocente Martín Hernández 

Pós doutor na UNESP, Licenciatura em Educação. Curador, Crítico de Arte, Professor e Produtor em Arte Contemporânea

Adriana Bertini é uma artista visual em cuja pesquisa artística é possível verificar seu firme compromisso com as interseções entre a arte, os direitos humanos, a saúde sexual e o meio ambiente. Ela concebe, constrói e disponibiliza literal e subjetivamente essas interseções em seus manifestos visuais, utilizando a moda, o design, o cinema, a fotografia e instalações. Projetando assim sua poética como uma ferramenta poderosa e pertinente para explorar, desafiar e denunciar normas sociais, promovendo um diálogo vital sobre questões como HIV e AIDS, diversidade e padrões culturais a partir de técnicas artísticas contemporâneas. A produção visual de Adriana Bertini é um convite à reflexão e à transformação social, política e humana. Ao centrifugar conteúdos e cartografias, e ao dar novas funções a objetos reconhecíveis inseridos em constelações metafóricas que tensionam a beleza com a realidade, ela materializa discussões sobre gênero e raça por meio de estatísticas médicas, reverberando a instrução e a educação, e a preservação ambiental. Suas obras de arte, esteticamente, carregam um forte conteúdo social e político. Ao usar resíduos de preservativos e outros materiais simbólicos sobre o tema, ela provoca uma discussão sobre as normas que cercam a sexualidade e a saúde pública, desafiando preconceitos e estigmas associados ao HIV/AIDS. Assim, sua pesquisa integra frequentemente aspectos do ativismo, abordando a saúde sexual e os direitos humanos de maneira sensível e inovadora.A artista também se destaca por sua capacidade de conectar a arte à educação e à conscientização, incorporando em sua pesquisa artística conhecimentos relativos a outras áreas do saber humano. Suas obras não apenas encantam visualmente, mas também educam e informam, tornando temas muitas vezes considerados tabu acessíveis e relevantes para o público. Bertini acredita que a arte pode inspirar e provocar mudanças significativas, capacitando indivíduos e comunidades a abraçar suas identidades e a lutar por seus direitos.Além de seu trabalho individual, Bertini colabora com diversas organizações e comunidades, promovendo oficinas e projetos que capacitam jovens e adultos a se expressarem artisticamente enquanto exploram questões de saúde e direitos. Seu compromisso com a inclusão e a diversidade se reflete em cada aspecto de sua produção, solidificando seu papel como uma voz proeminente no campo da arte para mudança social.Adriana Bertini é, sem dúvida, uma artista cuja produção transcende os espaços institucionais do Sistema da Arte, das galerias e museus, influenciando a sociedade e desafiando-a ao diluir narrativas estabelecidas. Sua abordagem única e sua dedicação incansável à causa dos direitos humanos e à saúde sexual fazem dela uma figura essencial no panorama artístico contemporâneo.

 

Adriana Bertini is a visual artist whose artistic research reveals a firm commitment to the intersections between art, human rights, sexual health, and the environment. She conceives, constructs, and makes these intersections available, both literally and subjectively, in her visual manifestos through fashion, design, cinema, photography, and installations. Thus, she positions her poetics as a powerful and relevant tool to explore, challenge, and denounce social norms, promoting a vital dialogue on issues such as HIV and AIDS, diversity, and cultural standards using contemporary artistic techniques. Adriana Bertini's visual production is an invitation to reflection and social, political, and human transformation. By centrifuging contents and cartographies and giving new functions to recognizable objects placed within metaphorical constellations that tension beauty with reality, she materializes discussions on gender and race through medical statistics, reverberating the instruction and education of environmental preservation. Her artworks, aesthetically, carry a strong social and political content.By using remnants of condoms and other symbolic materials on the subject, she provokes a discussion about the norms surrounding sexuality and public health, challenging prejudices and stigmas associated with HIV/AIDS. Thus, her research frequently integrates aspects of activism, addressing sexual health and human rights in a sensitive and innovative manner.The artist also stands out for her ability to connect art with education and awareness, incorporating knowledge from other areas of human knowledge into her artistic research. Her artworks not only enchant visually but also educate and inform, making often-taboo subjects accessible and relevant to the public. Bertini believes that art can inspire and provoke significant changes, empowering individuals and communities to embrace their identities and fight for their rights.In addition to her individual work, Bertini collaborates with various organizations and communities, promoting workshops and projects that empower young people and adults to express themselves artistically while exploring health and rights issues. Her commitment to inclusion and diversity is reflected in every aspect of her production, solidifying her role as a prominent voice in the field of art for social change.Adriana Bertini is undoubtedly an artist whose production transcends the institutional spaces of the Art System, galleries, and museums, influencing society and challenging it by dissolving established narratives. Her unique approach and tireless dedication to the cause of human rights and sexual health make her an essential figure in the contemporary artistic landscape.

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